sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

JURISTAS PORTO 3 JURISTAS SETÚBAL 2

JURISTAS DO PORTO - 3 JURISTAS DE SETÚBAL – 2

PERDER DOIS ANOS E MEIO DEPOIS


Que a época não tinha começado bem, já todos sabiam, que os sadinos poderiam ser derrotados neste difícil desafio, alguns profetizavam, o que provavelmente poucos pensaram é que Setúbal e os seus juristas numa grande demonstração de categoria se apresentassem no Porto com tamanho assomo de dignidade, assumindo claramente a sua condição de campeões bem como afirmando a sua candidatura ao título desta temporada.
O Porto por seu turno, claramente mobilizado, com todas as suas mais categorizadas unidades empenhadas em finalmente ganhar a uma equipa que não perdia há quase três e anos.
Curiosamente a última vez em que tinham saboreado o amargo sabor, tinha sido precisamente no Porto e com o mesmo resultado, 3-2.
Foi um jogo extraordinariamente bem disputado, muita luta, muita competitividade, e sobretudo uma grande incerteza no resultado, incerteza que chegou até quase ao apito final.
Por falar em apito, não podemos deixar de fazer uma apreciação negativa da arbitragem que teve uma indiscutível influência no resultado, quer na pequena disputa de bola, com a decisão a ser invariavelmente favorável aos portistas, facto que empurrou constantemente os setubalenses para o seu último reduto, quer ainda em três decisões infelizes e que mancharam e determinaram claramente a marcha do marcador e o resultado final da partida.
Com uma igualdade ao intervalo, foi na segunda parte que o jogo atingiu o seu momento mais alto, numa fase de grande equilíbrio táctico e com ambas equipas perfeitamente encaixada tacticamente, e onde se sentia que qualquer delas podia a qualquer momento adiantar-se no marcador.
Foi então que o arbitro da partida viu e assinalou uma grande penalidade inexistente, e que mais não foi, de que uma simulação grosseira, que permitiu assim, que Teixeira o actor do habilidoso malabarismo concretizasse a oportunidade, aproveitando na integra a sua obra-prima.
Já não teve o Sr. árbitro o mesmo critério quando um defesa nortenho deteve claramente com o braço uma bola, que tinha grandes possibilidades de chegar ás malhas, desta forma nunca o saberemos.
Por último e já depois de os sadinos terem chegado à igualdade e no último minuto não sancionou um óbvio pé alto de João, que tirou partido desse lance para levar a sua equipa aos 3 pontos ainda que a execução técnica tenha proporcionado um golo de antologia….mas é caso para afirmar, que não havia necessidade, até porque não se discute a grande equipa que os Juristas do Porto tem neste momento, e que certamente faz deles um dos grandes candidatos ao ceptro….mas por isso mesmo, o Porto não precisa de um 12 jogador como claramente aconteceu desta vez e através dele o jogo foi decidido, com nítido prejuízo para os setubalenses.



Albuquerque (7) – De regresso à baliza, provou mais uma vez que se dá bem com os ares do Douro, como na época anterior, um leque de grandes intervenções, excelente dentro dos postes, melhor do que alguma vez foi a sair, muito confiante, no espaço aéreo foi sempre o primeiro a chegar.
Sofreu três golos, o que nunca é bom, no primeiro deu a sensação de poder fazer mais, mas quer a surpresa da execução (salto de peixe) quer a força do remate, concede-lhe o beneficio da dúvida, depois um penalty e um golo em que nada podia fazer.
Mas definitivamente a afirmar a sua categoria, dando confiança à equipa para o futuro e para o resto de temporada que falta.


Sérgio Rodrigues (8) – O melhor em campo, depois de um começo de época onde apareceu sempre muito tímido nas acções, com medo de errar, eis que finalmente, apareceu o verdadeiro Sérgio, com uma exibição de mão cheia, foi a todas e chegou para todas, um verdadeiro leão na luta, ligou o turbo e desligou o “complicometro”, e não perdeu um lance que tenha disputado, uma actuação de gala, quanto a nós a melhor com a camisola verde e branca.

Filipe Calha (7) – Mais trabalho do que o habitual, muita dobra para fazer, muito lance para cortar, quando não o conseguiu de forma limpa, o que foi raro, não evitou o recurso à falta, mas foi limpando como pôde e conseguiu na sua área de acção ganhar mais do que perder.

Benjamim (5) – Apareceu triste e desmotivado, algo lento face a adversários que sempre lhe deram muitos problemas pela velocidade, melhorou claramente na segunda parte incentivado pelos colegas, fez alguns cortes a varrer bem ao seu estilo.

Pedro Joaquim (5) – Não está bem fisicamente, quando o ritmo de jogo e a velocidade apertam, demonstra algumas dificuldades em acompanhar, no entanto a sobriedade na marcação garante a estabilidade na sua asa.

Rui Belchior (6) – Melhor jogo da época, na primeira parte fez muitas faltas, algumas cirúrgicas, na segunda parte foi penalizado por uma falta que não cometeu e onde o árbitro resolveu marcar penalty, a seguir revoltou-se e primeiro num passe de pronto isolou Tito, que desperdiçou e depois numa grande jogada individual culminada com um passe de génio isolou novamente Tito que voltou a desperdiçar o que seria o 3-2 para os sadinos.

Luís Ribeiro (5) – Não é extremo, a luta e a atitude guerreira de sempre, mas descaído nas pontas, pouco solicitado, perde-se, e passa demasiado tempo fora do jogo. Sublinhe-se a capacidade de sacrifício em função da estratégia da equipa, é um dos clássicos tapa-buracos.

Jaime (7) – Finalmente Jaime, sem fazer um grande jogo, já o vimos fazer melhor, fez um jogo de grande sacrifício, foi omnipresente, lutou, nunca se escondeu, apareceu onde era fundamental que não se escondesse.

Tito (7) – Muito marcado, deixou mais uma vez a sua marca, mais um golo, pena o desperdício nos dois lances em que fugiu à marcação implacável, lutou muito e sempre inconformado, um verdadeiro campeão.

Sérgio Miranda (4) – Muito ingrato este jogo para aquele que já foi o mais temido e concretizador avançado deste campeonato, muito marcado, e sem a velocidade de outrora, nunca conseguiu fazer aquilo que pede o seu instinto, marcar golos, deve ser cruel, pensar e não conseguir executar, é o que sucede quando passamos a ser especialistas em gastronomia.

Paulo Assis (7) – Muito activo Assis, muito participativo, apareceu na zona de combate e de decisão, viu o seu esforço premiado quando igualou o encontro a 2, também ele com a mais produtiva exibição da época, logo no jogo mais improvável.

Paulo Carvalho (4) – Está lesionado, ainda assim não deixou de dar o seu contributo, a sua presença é indispensável, é o patriarca da equipa, desta feita, limitado fisicamente apareceu sem velocidade, foi presa fácil para os adversários.

Guerra Henriques (4) – Entrou perto do fim, tentou numa tarefa hercúlea encaixar-se mo frenético ritmo do jogo, pegou no que tinha e trabalhou até ao fim, ajudando os colegas como pode.

Estamos convencidos que apesar desta derrota, que diga-se não deslustra, mas sim dignifica, pela atitude e pela grande qualidade de jogo exibido, que deixa esperança sustentada para os encontros que se avizinham, onde os actuais campeões terão certamente uma palavra a dizer, no que á luta do título diz respeito.
Comecemos por Braga que são os actuais líderes e que de momento estão na posse de algo que todos os sadinos querem recuperar.
Depois de um campeonato com 10 vitórias em 10 jogos, num feito inédito e muito difícil de repetir seja para que equipa for, os juristas de Setúbal tem pela frente um último desafio, dar a volta e revalidar o título, chegando assim ao tri vamos ver se responderão à chamada…tem a palavra os BI-CAMPEÕES.


Rui Belchior Pereira

Jurista de Setúbal.

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