JOGO QUASE PERFEITO…DO CAMPEÃO
Juristas de Lisboa – 0 Juristas de Setúbal – 4
Num dia gélido com uma temperatura baixíssima, disputou-se no terreno sintético do Sacavenense, o encontro mais importante da 3ª ronda do campeonato nacional de juristas, Lisboa vs Setúbal, 2º e 1º respectivamente, e vencedor da taça de Portugal e Campeão de Portugal, respectivamente.
Havia uma grande expectativa em redor deste jogo, Lisboa com a mora e ambição em alta, só pensava vencer o jogo, Setúbal por seu lado, mais experientes apostava essencialmente numa grande concentração, antes do jogo e ainda nos balneários os sadinos faziam alongamentos e outros exercícios debaixo de uma concentração arrepiante, trocavam-se incentivos, fechava-se o rosto, cerravam-se os dentes.
Na palestra sempre motivadora e optimista do capitão Calha apelava-se ao orgulho e à garra, a entreajuda e ao espírito de sacrifício.
Numa 1ª parte muito disputada e sempre em alta velocidade, ficou desde cedo nítido que Setúbal controlava completamente a partida, só pecando na concretização onde falhou lances escandalosos de golo.
Até que à passagem da meia-hora um excelente cruzamento do esquerdino Tiago Coelho foi encontrar o cabeceamento de morte de Sérgio Miranda que de forma espectacular fez mexer o placard, que se manteria até ao descanso.
A segunda metade foi um autêntico recital de futebol dado pelos juristas setubalenses, num jogo quase perfeito onde tudo saiu de feição, Filipe Calha elevaria para 0-2 na transformação de uma grande penalidade indiscutível por mão de um defensor lisboeta, Paulo Carvalho faria 0-3 através de um mais um cabeceamento num grande golpe de oportunidade, e por fim, o 0-4 pelo inevitável Tito que depois de contornar o guardião, fechou as contas finais.
A habitual resenha com a respectiva pontuação;
José Albuquerque (9) – Era dos jogadores mais concentrados antes do jogo, a sua expressão era de evidente confiança, a mesma que passou a todos os colegas como se de uma corrente de energia se tratasse, brilhante em todas as intervenções, foi um gigante quer dentro, quer fora dos postes, demonstrando mais uma vez o seu enorme estofo e categoria.
Sertório (7) – Seguríssimo a defender, nunca se deixou ultrapassar, muita atenção e atitude, atacou sempre que pode, procurando desequilibrar a defensiva alfacinha.
Filipe Calha (8) – O capitão funciona como o 112 desta equipa, desta vez poucas vezes foi contactado para intervir nessa qualidade, quando foi, foi o que se viu eficácia a todo gás, marcou mais uma vez, desta feita de grande penalidade, ele que como se sabe é um dos melhores especialistas em actividade.
Benjamim (7) – Mais um jogo muito positivo, sem grandes dotes técnicos, esteve bem no passe e inultrapassável no jogo aéreo, muito aguerrido, nunca admitiu “gracinhas” por parte dos avançados contrários.
Pedro Joaquim (7) – Uma surpresa, apareceu muito bem, ele que tem andado afastado da equipa, desta vez e na ausência de Sérgio Rodrigues, lesionado, vestiu o fato de trabalho e lutou até ao esgotamento físico cumprindo a sua missão de forma exemplar
Rui Belchior (9) – Um dos melhor em campo, ele que tinha contas por ajustar com Lisboa, tinha sido ele na época passada a desperdiçar a penalidade que daria a taça a Lisboa depois de dramáticos 120m., talvez por via disso tenha metido tanto empenhamento nesta partida, estava de pilhas e por isso correu, correu……
Luís Ribeiro (7) – Um jogo de boa qualidade, tentou impor o seu jogo, com a bola nos pés teve algumas boas iniciativas, demonstrando alguma ousadia, a defender muito duro e mais uma vez foi admoestado, tem que ter mais cautela de futuro.
Jaime (7) – Não fez um grande jogo, mestre Jaime, apareceu triste e sem chama, não assumiu o protagonismo habitual, porém e como não sabe jogar mal e apercebendo-se que não estava em dia sim, solicitou os companheiros mais do que é costume fazendo assim uma inteligente “delegação de competências”
Tito (8) –.Tito, está numa grande forma, mais uma vez não deixou por mãos alheias os seus atributos, que são muitos, esteve letal e desiquilibrador como de costume, falhou um certamente o golo mais incrível da sua vida, mas não acabou sem deixar a sua marca no encontro….marca aliás já bem conhecida.
Sérgio Miranda - (6) – Melhor actuação desta temporada nos minutos em que jogou, não se conformou com a sua realidade de estar neste momento em deficientes condições físicas e soube fazer pela vida, marcou um golo de 1ª liga numa execução fantástica de cabeça, depois lesionou-se e não voltou a entrar….porém o útil contributo estava dado.
Tiago Coelho – (7) É verdade que já esteve em melhor forma física, denota neste momento alguns kg a mais, também é verdade que lhe calhou em sorte o jogador mais valioso de Lisboa, desempenhou após a saída de Sérgio Miranda o papel de ponta-de-lança, em missão de grande sacrifício, de resto procurou fazer de forma inteligente uso da notoriedade que já adquiriu, para lançar o pânico nas hostes contrárias, com as simulações e cruzamentos a “el diez”
Paulo Carvalho – (6) Mais uma vez a facturar num golpe de cabeça arriscado pela proximidade do poste, corajoso, não perdeu a chance de concretizar, tentou sempre com motivações que lhe são clássicas provocar a instabilidade na defesa adversária, uma vezes conseguiu, outras nem por isso.
Paulo Assis (6) – Mais uma vez a dar o seu contributo de forma positiva, esforçado e generoso, luta em prol do grupo com as capacidades que possui, dotado tecnicamente, colmata com o seu virtuosismo, as debilidades do ponto vista físico.
Dani (4) - Jogou novamente muito pouco tempo, desta vez menos ainda, tentou remar em frente que era o sentido óbvio do jogo, empenhou-se e ajudou à festa.
Guerra Henriques (4) – Mais uma vez a ficar bem na fotografia, primeiro no campo da humildade colocando-se à disposição para não jogar, o que já se sabe fica bem, mas não é politica da nossa equipa, ainda assim fica o registo do comportamento, depois e como é óbvio a jogar com o entusiasmo e a vontade de quem também quer ser campeão, uma integração plena na equipa.
Com este grande jogo os juristas sadinos afirmam-se como candidatos sérios à renovação do título de campeões, tendo no entanto consciência que as dificuldades são de grau muito elevado e que é necessário manter o nível o que não será tarefa fácil, uma vez que à hora em que escrevo esta crónica já se sabe que infelizmente o Capitão Filipe Calha e na sequência de um lance num treino fracturou o braço esquerdo e em consequência não vai poder dar o seu contributo à equipa nos próximos jogos…e todos sabem da importância do seu papel na equipa, como se não bastasse também utilíssimo Sérgio Rodrigues está a braços como uma lesão grave no tornozelo, estando assim também afastado da equipa, aos dois resta desejar as rápidas melhoras e a vontade de ganhar o próximo jogo com Coimbra para a eles dedicar a vitória, que oxalá seja mais uma no duro e longo percurso que ainda temos pela frente.
Rui Belchior
(Jurista de Setúbal)