quinta-feira, 22 de maio de 2008

Braga - 3 Setúbal - 5

Paciência de chinês e muito sofrimento

Braga – 3 Setúbal – 5

Braga, numa tarda soalheira, com o majestoso Estádio Axa a servir de testemunha a um encontro disputado num dos seus campos de treinos.
A equipa de Braga estreante nesta competição cedo demonstrou estar bem informada, sobre a valia dos setubalenses, que cada vez mais são o alvo de todas as atenções, e nem sempre essa atenção é positiva.
Com uma estratégia bem montada, com uma equipa poderosa fisicamente, com jogadores muito altos e robustos, esta equipa demonstrou desde o apito inicial, que queria ganhar a partida, num campo de reduções mínimas que favorecia claramente o jogo de “chuveirinho” dos bracarenses, mas os sadinos nunca se atemorizaram, aguentaram o embate inicial, e ganharam um jogo de extremo grau de dificuldade, conseguindo assim saborear, três saborosos pontos.


A habitual resenha com a respectiva pontuação;

José Albuquerque (5) – Estranhamente inseguro, com culpas no primeiro golo dos adversários, claramente a prestação menos conseguida que o vimos fazer, ainda assim teve tempo para deixar claro que é o melhor, com três defesas de alto gabarito, no entanto, a sua categoria exige sempre o limiar da perfeição e desta vez isso não sucedeu.

Sertório (6) – Um regresso, com muito trabalho e espírito de sacrifício, neste jogo nunca se aventurou no ataque, optando por privilegiar a segurança defensiva e conseguiu uma actuação positiva num terreno muito pequeno para as características do seu futebol corrido e de velocidade.

Filipe Calha (6) – O Capitão, não sendo brilhante é a tampa desta equipa, sempre aguerrido, é a segurança defensiva desta equipa, por outro lado é a alma motivadora de um grupo que acredita e confia na sua capacidade de liderança… e já dizia o outro, a liderança não se compra nas lojas, ou se tem, ou não se tem.

Benjamim (6) – Calhou-lhe a fava, apanhou para marcar um avançado, forte e alto, que lhe criou muitos problemas, mas no fim das contas, pode-se dizer que saiu por cima, nitidamente em crescendo, depois de um período de menor fulgor.

Sérgio Rodrigues (8) – Voltou a estar muitíssimo bem, este que é o mais polivalente elemento desta equipa, joga num ritmo acima dos demais, num compasso irresistível, adapta-se por força do seu vigor físico a qualquer zona do campo, acabou a partida no meio, a tapar as investidas finais dos adversários, conseguiu-o de tal forma, que ainda deu para fabricar uma jogada fabulosa, a que só faltou marcar o golo…endiabrado.

Rui Belchior (6) – Mais um jogo muito complicado, lutou com as forças que tinha que foram poucas, acusou o calor que se fazia sentir, melhorou na segunda parte, quando percebeu que aquele mini-campo, não dava para as temporizações e para o futebol apoiado que gosta de praticar.

Beto (5) – Continua em baixo, e este jogo também não privilegiou as suas características, está a perder gás este grande jogador, espera-se que seja apenas uma fase menos boa, uma vez que o seu currículo de luxo, fala por si.

Tiago (9) – O melhor dos sadinos, outra vez, mais um bis para a sua carreira, momento de forma fantástico, tem sido a muleta desta equipa e os seus golos espectaculares tem sido fundamentais, desta feita um golo de livre directo e um remate de primeira a 25 metros em momentos cruciais, por este andar, arrisca-se a ser a levar a bota de ouro e a bola de prata, um grande momento de um grande jogador.

Jaime (8) – É vital a sua importância, não sabe jogar mal, marcou um golo importante, e deu como sempre, muito, mas muito trabalho aos defesas contrários, tem claramente um futebol para outros campeonatos.

Tito (7) – Tem andado num registo um pouco abaixo de anos anteriores, continua a ter um futebol elaborado e sobretudo letal, marcou um golo decisivo para o sucesso da equipa e falhou um golo feito, provando que estas coisas acontecem aos melhores.

Sérgio Miranda - (6) – A regressar novamente, ele que é o Rei dos regressos, tantas são as vezes que falta aos jogos, quanto aos motivos?? Bem isso já são outras contas, neste desafio, voltou a ser, o que costuma ser, a maior referência de ataque dos setubalenses, mal do ponto visto físico, conseguiu colmatar com a sua apurada técnica, foi importante a guardar a bola e a servir os companheiros e poderia mesmo ter marcado, falhou um golo incrível ainda na primeira parte.
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Pedro Joaquim (5) –.Talvez por ter ficado de fora, ele que costuma ser titular, apareceu demasiado cinzento, apagado, sem chama, à medida que os ponteiros do relógio se foram adiantando, foi melhorando o seu jogo, conseguindo assim roçar a sua performance habitual.

Luís Ribeiro (6) – O estilo habitual, combativo, lutador, a disputar todas as bolas, nem sempre com a eficácia desejada, mas este terreno favoreceu as suas características de luta e por consequência não se saiu mal.

Em suma, um teste muito complicado, Braga demonstrou qualidade e talvez tenha beneficiado do factor surpresa, uma vez que este é o seu ano de estreia nesta prova, mas os juristas de Setúbal, apesar da longa viagem e do evidente cansaço, actuaram sempre com grande pragmatismo e conseguiram rebater o entusiasmo de uma equipa que estava muito bem informada sobre a sua forma de jogar, e sobre a qualidade dos seus jogadores.
Destaque-se ainda dois factores de índole negativa uma arbitragem altamente hostil, e uma agressividade por parte dos homens da cidade dos arcebispos, que andou longe de ser católica, com entradas violentas, em alguns casos, diria mesmo criminosas.
Mas enfim, vamos seguir o nosso percurso, centrados no nosso objectivo, que desde início foi assumido, recuperar o título perdido na época passada.
A ver vamos, segue-se a histórica Académica de Coimbra.

Rui Belchior

(Jurista de Setúbal)

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