Os doutos juristas de Setúbal disputaram mais um fervoroso e animado encontro, em partida a contar para a 2ª ronda do disputadíssimo campeonato nacional de juristas.
Se é verdade que D. Sebastião nunca regressou de Alcácer Quibir, o capitão Filipe Calha, regressou depois de um longo desaparecimento e em boa hora, já que pelo seu carácter e forma de estar, granjeia o respeito do demais grupo que nitidamente, o segue ao ritmo da sua força e da sua coragem.
Num exemplo de grande liderança, assumiu o controle da equipa, a sua constituição e forma de jogar, e numa lição de optimismo e de garra nunca quis ouvir desabafos de desanimo, este homem só se entrega ao apito final….e ás vezes nem assim.
A sua atitude vencedora catapultou os sadinos para a vitória, em desvantagem por duas vezes, 0-1, 1-2…Filipe Calha soube encorajar sempre os seus colegas e leva-los, às suas costas para o triunfo.
Gracejaram ao intervalo alguns elementos, quando Filipe Calha, na palestra afirmou que se ia ganhar de certeza, e que ele próprio iria entrar e fazer o golo da vitória para quem não jogava há muitos meses, para quem vinha de alguns problemas de saúde, …talvez fosse mesmo para gracejar, sucede no entanto que foi o que fantasticamente viria a acontecer, ao cair do pano do encontro, numa entrada fulgurante de cabeça a emergir como um gigante numa área infestada de jogadores adversários, e que a essa altura só já defendia, um golo para história de raiva e de atitude de campeão, isto pasme-se, em 5 minutos que esteve em campo, onde ainda lhe sobrou tempo para assistir o extremo Tiago que aplicou um portentoso estoiro a barra do guardião tripeiro, altíssima e decisiva eficácia
Passamos agora à análise individual de cada elemento;
José Albuquerque - Tarde muito ingrata, pouquíssimas vezes a bola chegou à sua baliza, sofreu dois golos sem qualquer responsabilidade, e ainda viu o travessão da sua baliza ser beijado por duas vezes, no restante já se sabe é um alivio para os seus colegas saber, que é este grande guarda-redes o guardião do templo sadino, personalidade e segurança são características muito vincadas do seu modo de actuar.
Sertório – A dinâmica habitual, é um lateral de grande competência, desta feita muito trabalho às dobras, não está isento de responsabilidades no 2º golo dos portistas, onde em nossa opinião podia ter feito mais, mas desentendeu-se com o resto da defesa, de resto cumpriu quase sempre bem a sua tarefa.
Benjamim - Depois de uma primeiro jogo brilhante, a tarde não lhe correu bem, apanhou pela frente um adversário extremamente forte e dotado de grande velocidade, numa batalha à moda antiga, ganhou e perdeu lances, falhou no primeiro golo, numa hesitação fatal, no segundo golo que a equipa sofreu falhou o carrinho e o adversário ficou sozinho para cruzar fatalmente para o interior da área, todavia lutou, até ao limite das suas forças e essa é uma característica que se lhe reconhece e que se aprecia.
Pedro - À semelhança do seu companheiro de defesa, também ele acusou a responsabilidade da importância do jogo e esteve no melhor e no pior da equipa, alguma lentidão de processos a afastar a bola da zona de perigo, mas é um jogador duro, que mete o pé sem temores.
Sérgio Rodrigues - Aqui está um caso de capacidade subaproveitada pelo próprio, quem o conhece sabe que este jogador tem uma capacidade acima da média, quer em termos técnicos, quer físicos um pulmão inesgotável, sucede que neste encontro, não confiou em si próprio como devia, tem qualidade para muito mais, mas a sua generosidade, leva-o a entregar a bola de imediato aos colegas, quando podia muito bem criar desequilíbrios, porque tem técnica individual e força que chega para isso muito mais, é das tais unidades que não sabe jogar mal.
Rui Belchior - Apático e sem chama, não controlou o jogo a meio-campo, chegou sempre atrasado, saiu e quando reentrou, talvez motivado pela atitude do seu capitão, produziu mais um pouco, e ajudou a guardar a vitória nos últimos instantes espera-se no entanto, mais…muito mais.
Beto - Sempre esforçado, mestre na arte do desarme, jogador de passe fácil, foi tentando face a menor prestação do seu colega de meio-campo ocupar os espaços, umas vezes bem outras nem por isso, melhorou no segundo tempo e conseguiu uma exibição positiva, dos melhores elementos em campo.
Tiago - Continua a recuperar de uma complicada cirurgia, mas já soma 180 m, chega ao fim do jogo destroçado, mas a sua presença em campo incomoda e muito os adversários, a sua notoriedade já o submete a marcações impiedosas, quase no final do jogo, ainda teve força para disparar um míssil à trave…foi pena.
Tito - Procura encontrar-se consigo próprio, tenta aos poucos chegar à forma que o notabilizou, é um jogador com um estilo de jogo inconformado, vai para cima dos adversários e tenta sempre, o um para um, mas em Setúbal todos aguardam ainda pelo melhor Tito que esta época ainda não apareceu.
Jaime - Já foram gastos litros de tinta em quilos de papel para falar desta pérola de Setúbal, para muitos o melhor jogador jurista nacional, é um regalo para os olhos de quem o vê jogar, golaço a empatar o encontro a 2-2, numa série de dribles engenhosos, que deixaram para trás uma equipa inteira, decisivo…outra vez.
Sérgio Miranda - O goleador-mor, quer queiram, quer não, este ano já soma 4, desta vez a facturar na execução de um livre directo, que apontou de forma magistral, fazendo sobrevoar a bola sobre a barreira, deixando ao guarda-redes adversário apenas uma solução…tentar desviar a bola com os olhos, mas este não conseguiu. A continuar nesta senda é o mais sério candidato à bota de ouro.
Filipe Calha - Palavras para quê? Personalidade de campeão de um pensamento positivo invulgar, crédulo nas suas e nas capacidades dos colegas.
Cinco minutos, bastaram para arrumar a casa, dar a marcar, e marcar o golo da vitória, fantástico, duma excelência invulgar…digno de um Rei….que levantou a sua espada e levou os seus homens à vitória….só visto, porque não há palavras que possam contar aquilo que se viu naquela, já inesquecível tarde de Sábado.
Paulo Assis - Pouco tempo em campo, ainda está consolidar o seu lugar no grupo, lá chegará certamente, em boa verdade este jogo também não era o ideal para a sua afirmação, mas com o seu valor e com trabalho lá chegará.
José Carlos Cardoso - O veloz José Carlos, desta vez foi sacrificado pela táctica e actuou durante muito pouco tempo, até porque pelas suas características, precisa de minutos nas pernas para calibrar, para depois sim, fazer as suas diabólicas arrancadas em direcção à defensiva contrária. Está também a adaptar-se ao grupo de trabalho, a tentar perceber os automatismos dos seus colegas, estamos certos que quando estiver totalmente integrado, será um caso sério, por agora é apenas uma mais-valia que foi acrescentada a este riquíssimo plantel.
Luís Ribeiro - Entrou como sempre de forma abnegada, é um poço de força, luta até mais não poder, um guerreiro que dá gosto ver lutar, tecnicamente não é inferior aos melhores.
Grácio Abdula - Tem melhorado o seu nível exbicional, agora que está totalmente integrado com os colegas, entrou bem e fez pela vida, mas uma lesão com alguma gravidade atirou-o cedo demais para fora do jogo.
Numa batalha que não será fácil, os sadinos procuram mais um título, aliás assumido, porque os setubalenses não sabem estar de outra forma, quer no campo, quer na vida, onde a atitude é sempre a mesma…ganhar.
Como se sabe, basta ser jurista para fazer parte, desta já ilustre equipa, isto ao nível do formalismo, todavia para se entrar neste grupo é preciso um pouco mais do que ser jurista, é preciso querer ganhar….sempre.
Rui Belchior Pereira
(Jurista de Setúbal)
terça-feira, 18 de março de 2008
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